PONTO DE VISTA 1450
COMO SE FABRICA UM BOLSOMINION ...
Transcrevei a seguir, dez técnicas empregadas em sua
fabricação. O artigo que publicaremos não é de minha autoria, foi enviado por
um leitor. Faço questão de publicar na íntegra, por concordar inteiramente com
o escrito de Noam Chomsky, do Instituto Tecnologia de Massachusetts,
considerado o maior intelectual vivo, sob o título ESTRATÉGIAS DE
MANIPULAÇÃO...
“ A descrição delas está no livro A Manipulação do Público, escrito por ele em conjunto
com o crítico de mídia Edward S. Herman publicado em 2003 no Brasil. Chomsky
foca aqui na forma como governantes usam a grande mídia para empregar essas
técnicas, mas levando em conta que políticos hoje conseguem dobrar a mídia, com
auxílio de equipes competentes, tudo ainda é válido.
1 — Distração: a ideia aqui é desviar a
atenção das coisas que realmente importam. É uma das táticas favoritas da trupe
que (des) governa nosso país no momento, que a emprega com prazer: uma
avalanche de informações desencontradas, contraditórias, ao ponto de não
sabermos quem realmente está governando ou o real objetivo do governo.
2 — Método Problema-Reação-Solução: aproveita-se de uma crise (ou cria-se uma) ampliando seus possíveis
efeitos para impor medidas drásticas para a população. As tais soluções
aparecem rapidamente e as mentes espertas notam que o problema era apenas uma
forma daquelas “soluções” serem empregadas.
Exemplo: a Reforma da Previdência. De um dia para o outro tornou-se
urgente sua aprovação ou o país vai quebrar, ao mesmo tempo em que empresas
devem bilhões para o sistema previdenciário e ruralistas podem receber perdões bilionários.
Exemplo 2: utilizar dados de violência para aprovar leis contra o
desarmamento.
3 — Gradação: o objetivo é o mesmo da
técnica acima, mas o processo é gradativo. Cria-se um clima público que torne
aceitável que medidas antes impopulares sejam tomadas. Um exemplo básico é o
desmonte gradual das leis trabalhistas brasileiras. Nesse ponto, já é possível
perceber que essas técnicas podem ser usadas em conjunto (distração [a culpa é
do PT! Tem orgias em faculdades! ] Para aprovação de medidas impopulares).
4 — Sacrifício Futuro: para aprovar
medidas impopulares, é mais fácil invocar um sacrifício futuro do que imediato.
Com isso, o público aceita com menor resistência algo impopular. É o famoso
“vencer pelo cansaço”.
5 — Discurso Infantilizado: quanto mais
simples o discurso, mais difícil de ser debatido, por ele funcionar abaixo do
nível do debate e da argumentação. Segundo psicólogos, quando adultos são
tratados como crianças, em muitos casos tendem a responder de forma
infantilizada.
Utilizar analogias com chocolates e festas de debutantes são casos
recentes.
6 — Sentimentalismo e Temor: como
qualquer um sabe, é possível vencer a lógica e o debate apelando para as
emoções mais difíceis de vencer nos seres humanos. São elas o afeto (que atrai)
e o temor (que afasta). Cartinhas
da Dona Lúcia ou conspirações com “banqueiros
comunistas” são exemplos atuais.
7 — Valorizar a ignorância: Trump e
Bolsonaro têm isso em comum. Ao valorizar a burrice eles valorizam a si
próprios, que têm um claro orgulho de serem outsiders (o que não é problema)
sem qualquer preparo para ocuparem os postos em que estão. O caso brasileiro é
ainda pior: todas as pessoas ao redor de Bolsonaro, principalmente seus filhos,
são pombos jogando xadrez, o que fazem muito bem, inclusive.
8 — Desprestigiar a inteligência: o
complemento do que está acima. Num momento em que universidades públicas são
questionadas e sofrem uma tentativa de estrangulamento massiva, não é
necessário explicar muito aqui. Mas, no geral, a ideia é tentar se conectar com
camadas mais pobres da população, que provavelmente não tiveram total acesso à
educação.
9— Incentivar introjeção da culpa: aqui está um pequeno resumo da retórica da extrema-direita. A culpa é
SUA e quem reclama da sociedade está errado. Assim como os que utilizam
programas como Bolsa-Família, sistemas de cotas, etc. Essa assertividade com a
chamada “cultura dos vencedores” (uma herança dos Estados Unidos) vem junto de
valores machistas, paranoicos e racistas. Quem não é rico não merece ajuda (tem
que ensinar a pescar, o que nunca é feito) e sequer citado.
10— Monitoramento: para
conseguir prever movimentos de massa, realiza-se pesquisas de opinião amplas,
coletas e vendas de dados públicos e privados, câmeras pela cidade, tudo com
uso de inteligência artificial, que cada vez mais representa uma caixa-preta
até para seus próprios criadores.
Esses sistemas são retroalimentados por eles mesmos, num processo quase
infinito e que ninguém conhece as consequências. Com isso, efetivamente se tem
controle sobre uma população. “
Eu sei que foi meio longo e peço desculpas, no entanto tenho
dificuldades para escrever para pessoas que tem muita pressa ou que queiram
apenas curtir.... um artigo para refletirem.... tudo isso está acontecendo sob
os nossos olhos e poucos conseguem perceber.... Logo, o momento é parar para pensar.... e se
estamos enganados? Quais as consequências?